Águas dos rios, cores, luminosidade, superfícies da natureza... As paisagens que misturam e formam paisagens espelhadas e repletas de contrastes nas fotografias sob o olhar e a técnica de Carlos Barral. As imagens registradas pelo fotógrafo em suas andanças pelos rios do país, principalmente na Bahia, e no mundo, estarão reunidas na mostra Caminho que Anda, com a curadoria de Paulo Darzé Galeria, que será aberta no dia 04 de maio, às 19 horas, com coquetel para convidados, no Museu Carlos Costa Pinto, no Corredor da Vitória. A partir de 05 de maio a 11 de junho, das 14h30 às 19 horas, a mostra será aberta para o público em geral.
Dez anos após a mostra Nossas Roupas Comuns Dependuradas, com 30 fotografias de varais de roupa ao redor do mundo, expostas de forma inédita em busdoor de 300 ônibus em Salvador, o advogado e músico Carlos Barral, agora com a assinatura de Dadi Barral, volta a surpreender com um novo olhar sobre as paisagens dos rios. São belíssimas imagens captadas nas margens dos rios São Francisco, Imbassaí, Amazonas, Boipeba, Canais de Amsterdan e Paris, entre outros.
Em cada olhar, as dezenas de fotografias certamente vão ganhar novas interpretações do público. São diversas as definições sobre as imagens refletidas nas superfícies dos rios, com a luminosidade irradiada pela câmera de Dadi Barral. Uma obra que, segundo Paulo Darzé, remete ao impressionismo de Claude Monet, que se caracteriza em captar os contrastes da luminosidade, cor e sombra das paisagens ao ar livre. “São muitas e diversas as interpretações sobre uma obra de arte. E é bom que assim seja. Quando uma pessoa olha, especialmente na fotografia, uma imagem, o que percebe atravessa sua sensibilidade, sua informação, seu repertório, e estes incidem sobre o que estamos a olhar. Não é diferente aqui. Cabe, então, a cada um ver nelas o que delas vem, seus espelhos e sua luz”, diz Paulo Darzé. Nascido em Bom Jesus da Lapa, o menino ribeirinho Dadi Barral começou a trilhar pelas margens do Rio São Francisco na cidade que adotou como sua, Carinhanha. Ainda vivas, estas memórias são responsáveis pelo título da mostra, Caminhos que Andam, que revelam em cada fotografia uma história de amor pelo rio. “Margem esquerda do Rio São Francisco, no trecho onde o horizonte se estende rio acima e rio abaixo, parti num tempo de lonjuras para navegar os rios do mundo. Trouxe de volta, porque guardei bem no pensamento, como num instante que o tempo nunca pudesse apagar: o rio largo, ouro derretido nas tardes de abril e espelho nas noites claras de agosto. O que interessa e significa para mim, é decodificar a paisagem, em traços de sombras, em clarões de luz e em cores. Este é meu foco e minha Câmera”, diz Dadi Barral. O advogado Carlos Barral se transforma simplesmente em Dadi quando tira o terno para se dedicar a música, a escrever e a fotografar. Com os amigos Ruy Espinheira, Florisvaldo Mattos, Walter Queiroz, Mário Espinheira, Bráulio Villares, Durval Burgos e da mulher Cida Barral, ele gravou e produziu o CD “Canções Depois de Tanto”. Agora, que a fotografia toma um tempo maior em sua vida, ele a recriar as formas e as paisagens em captação de belas imagens.