Um mergulho no passado do peixinho Carybé!

Nancy Bernabó

Um mergulho no passado do peixinho Carybé!

Aos 87 anos de idade, Nancy Bernabó, viúva do artista Carybé aproveita o contexto da exposição que comemora os setenta anos da chegada do artista à Bahia e numa entrevista concedida ao site de Michelle Marie, ela conta um pouco da história do casal. Para quem não conhece e tem interesse em mergulhar na memória e obra de Carybé, vale a pena visitar a exposição que está em cartaz no Museu de Arte Moderna da Bahia, no Solar do Unhão até o dia 31 de maio em Salvador.

Michelle Marie - Como foi que a senhora conheceu Carybé?

Nancy Bernabó - Eu conheci Carybé em minha terra natal, no norte da Argentina, em Salta. Ele foi lá para pintar porque a cidade era muito autentica, ainda tinha uma certa civilização indígena que seria do império do incas que chegavam por alí. Eu conheci ele lá, isso foi em 1944 e em 1946 me casei com ele. (risos)

M.M - Por que o nome Carybé? 

N.B - Ele mudou o nome porque o irmão dele pintava e era mais famoso que ele, na época que ele ainda morava em Buenos Aires , depois o irmão dele se dedicou a publicidade, mas ele já tinha mudado o nome. Então ele continuou com Carybé, mas o nome dele é Hector Júlio Pári de Bernabó. Eu já conheci ele como Carybé e sempre chamei ele de cari. (risos)

M.M - Qual a origem do nome Carybé?

N.B - Ele disse que gostava muito desse nome porque quando ele foi escoteiro, todos escoteiros tinham que adotar o nome de um peixe e ele disse que numa viagem para o Amazonas, ele conheceu um peixinho com o nome de Carybé, ele gostou e escolheu o nome para se diferenciar do irmão.

M.M - Qual foi a obra dele que mais lhe chamou atenção?

N.B - A primeira coisa que me marcou em Carybé foi uma ilustração que ele fez para uma edição de luxo do livro de Robson Crusoé de Daniel Defoe. Ele levou algumas ilustrações para me mostrar em minha casa, e ele fez um desenho para mim com uma habilidade tal que fiquei impressionada com aquilo. Mas não foi por isso que me namorei dele, ele que se namorou por mim primeiro, pois nunca imaginei que ele fosse me namorar. Ele ficava me olhando, me olhando até que um dia eu aceitei. (risos)

M.M - O que ele mais gostava de fazer a não ser arte?

N.B - Ele gostava de coisas simples, como se reunir com os amigos, ouvir música, gostava de contar piadas e dar muita risada. (risos)

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Michelle Marie