Em uma pesquisa sobre decoração para a minha entrevista desta edição, me bati com o nome do decorador Paulo Henrique. Não só pelo seu estilo, e sim por compartilhar as necessidades de um cliente. Os decoradores costumam cobrar pelo projeto e ainda recebem um percentual sobre o valor das peças que indicam. Podem até ganhar comissão das lojas.
O diferencial de Paulo Henrique é que ele reaproveita e transforma os móveis em um visual moderno, e faz com que o seu cliente compre apenas o necessário Esse é o seu maior talento! Ele trafega nos desejos da clientela.
Um verdadeiro Cirurgião Plástico da casa se integrando com as expectativas e o gosto da pessoa, respeitando seu limite financeiro.
Não é a toa que sua agenda anda lotada.
Michelle Marie: E aí, vem minha primeira pergunta: Paulo, se o cliente é brega e bate o pé, o que você faz?
Paulo Henrique: Não acredito em “conceitos” ou pré-conceitos. Acredito em harmonia e, assim, com muitas referências, componho meus espaços.
Michelle Marie: O que é feio em matéria de decoração?
Paulo Henrique: Nada é feio, desde que seja bem colocado.
Michelle Marie: Qual o significado de “chique” em decoração?
Paulo Henrique: Chique é não ser caricato, é ter personalidade e demonstrá-la em cada detalhe do espaço que se habita.
Michelle Marie: Que relação existe entre a arte e a decoração?
Paulo Henrique: A estética.
Michelle Marie: Quando o cliente entra em um ambiente projetado por você, o que você espera que ele sinta?
Paulo Henrique: Satisfação. Trabalho para que cada desejo e/ou necessidade do cliente seja suprida incondicionalmente.
Michelle Marie: Você ganhou o prêmio de Melhor Espaço na Casa Cor 2010. Quais as características comuns que encontramos em seus projetos?
Paulo Henrique: Busco espaços atemporais, com certa ousadia na mistura de cores, texturas e estilos, pois não acredito que qualidade tenha prazo de validade.
Michelle Marie: Por que existe uma pequena disputa entre arquitetos e decoradores? Paulo Henrique: Acredito que isso tenha ficado pra trás, coisa de décadas anteriores. Hoje em dia, com o mercado em expansão, não há espaço para esse tipo de situação.
Michelle Maré: O que levou a decoração a entrar em alta e valorizou tanto seus profissionais?
Paulo Henrique: Com a globalização, não só na decoração, mas em muitos outros segmentos, produtos e serviços tornaram-se muito mais acessíveis e desejáveis e/ou vice-versa.
Michelle Marie: Cursos profissionalizantes de decoração estão na moda. Cursos como esses são suficientes para atuar na área de decoração?
Paulo Henrique: Existem excelentes cursos de arquitetura e decoração na Bahia, porém, acredito que seja fundamental aprender sempre e se reciclar.
Michelle Marie: Na decoração, aparecem tendências que logo caem em desuso. Qual seu conselho para o cliente ter uma casa "antenada" sem desperdiçar?
Paulo Henrique: Investir sempre em qualidade e não se preocupar com modismos.
Michelle Marie: Os decoradores costumam cobrar pelo projeto? Para você, qual o preço justo por metro quadrado?
Paulo Henrique: Sim. Como todos os profissionais de qualquer área, os de arquitetura e decoração também têm seus honorários, regulamentados por tabelas sugeridas por seus órgãos de classe.
Michelle Marie: Qual foi seu projeto mais caro?
Paulo Henrique: Realmente, não sei te responder. Até aqui, foram centenas de trabalhos de diferentes proporções, contextos e valores.
Michelle Marie: Quais as casas mais bonitas da Bahia?
Paulo Henrique: Casa da Madragoa, Palacete Bernardo Catharino, Solar dos Carvalho, entre outros.
Michelle Marie: Qual projeto dos seus sonhos?
Paulo Henrique: O próximo trabalho é sempre o projeto dos meus sonhos.
Michelle Marie: Quem é seu Guru na decoração?
Paulo Henrique: Bebo de diversas fontes e admiro o trabalho de muita gente. Busco referências que vão do popular ao erudito, onde finco minhas pesquisas.