Extinção dos cookies: manter um "acordo consentido" com o consumidor é o melhor caminho para o novo ecossistema que será gerado, afirma especialista

Douglas Evaristo, CTO da Thirky, diz que o adiamento da decisão se dá pela demora das marcas em adaptar às estratégias que agora, serão obrigatoriamente baseadas em princípios de privacidade

(Foto: Pexels) (Foto: Pexels)

A extinção dos cookies está balançando o setor da tecnologia e, principalmente, da publicidade. Com a decisão sendo adiada desde 2020 e com previsão atual para ainda este ano, buscar alternativas que substituam a mesma estratégia da captação de dados de navegação através dos cookies tem sido o desafio da década para as organizações. Já que funcionam a base de rastreamento das ações dos usuários, os cookies são determinantes para a definição do comportamento do público-alvo das empresas e encontrar um caminho plausível, que ofereça os mesmos ou melhores impactos é exatamente o motivo do adiamento de sua eliminação, segundo Douglas Evaristo. 

Douglas Evaristo é CTO da Thirky, primeira startup do Brasil a inserir campanhas de grandes marcas nos cardápios digitais. Segundo ele, a decisão de extinguir os cookies tem sido adiada não somente por questões técnicas, mas pela necessidade das empresas de encontrarem caminhos alternativos: “A extinção dos cookies têm sido adiada principalmente devido a desafios técnicos e também, pela necessidade de desenvolver alternativas que mantenham a eficácia da publicidade digital sem comprometer a privacidade do usuário. É preciso tempo para se adaptar.”

Ainda, de acordo com ele, o impacto será tão relevante, que será capaz de criar um “novo ecossistema” que forçará as organizações a pensarem, com obrigatoriedade, nos aspectos de privacidade: “O impacto deve ser significativo e forçará uma mudança para práticas baseadas em privacidade, buscando entender melhor os comportamentos dos consumidores sem depender de rastreamento intrusivo. O fim dos cookies marcará o início de um novo ecossistema.” 

Sobre as possibilidades de captação de clientes após a decisão, Douglas diz que uma palavra pode definir as melhores substituições para os cookies: consentimento. “É preciso manter o consumidor informado do acordo que está sendo selado no momento da captação.” O especialista relembra a estratégia de oferecer “brindes” em troca de dados, por exemplo. Prática que vem sendo testada em massa por parte do setor publicitário: “Esse caminho pode ser eficaz, se feito com transparência. É preciso garantir que os consumidores se sintam confortáveis compartilhando seus dados em troca de valor real, como descontos ou experiências personalizadas”. 

Por fim, Douglas oferece conselhos que podem auxiliar as organizações a encontrarem estratégias no momento de nervosismo, após a extinção dos cookies. “É crucial explorar novas tecnologias de coletas de informações consentidas. Fortalecer os programas de lealdade, o investimento em experiências personalizadas e conteúdos de marca, além de plataformas que oferecem interações além dos cookies, em contextos específicos, considerando o local preciso onde o consumidor está inserido. Isso permite que as marcas se comuniquem de maneira eficaz e relevante, respeitando a privacidade dos clientes”. 

 

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Michelle Marie